sexta-feira, 29 de abril de 2011

Meu nome é Lang, Thomas Lang


Imagine um ex-combatente da inteligência britânica que, aposentado, faz pequenos bicos de vigilância e vai (sobre)vivendo como pode. Um apartamento simples, nenhuma comida na geladeira, algumas pessoas nas quais pode confiar e alguns drinks esporádicos. Agora imagine isso tudo com muito senso de humor e altas doses de humor negro.

Essa é a proposta de O vendedor de armas de Hugh Laurie. Uma trama que conta como Thomas Lang, ex-militar da inteligência e um bon vivant de carteirinha, se envolve em um complexo esquema de tráfico internacional de armas que envolve um grande empresário/traficante de drogas, oficiais do exército americano, um departamento do Ministério da Defesa da Grã Bretanha, vendedores de arte, um grupo de revolucionários, um grande vendedor de armas e muitos personagens mal encarados e mal intencionados.


O protagonista, uma mistura inusitada de Ed Mort, James Bond e Gato Fedorento consegue emprestar à trama, simultaneamente, sua visão pessoal dos acontecimentos e o apanhado de fatos que vão conduzindo o leitor pela história deixando os rastros para ele criar sua própria opinião sobre o que está, afinal, acontecendo. O humor, por vezes, ácido dá um tom leve e inusitados aos acontecimentos mais chocantes, sem que com isso o leitor fique entorpecido por uma história sem grandes rompantes.


Um livro que me fez ver que além de bom ator, de drama e comédia, Hugh Laurie tem grande talento para a literatura. A influência de sua carreira, contudo, é nítida desde a construção dos diálogos até a menção a clichês do cinema ou pela própria escolha dos cenários. O que em momento algum decepciona, pelo contrário, ajudam na formação da narrativa e contribuem para que a leitura tenha um ritmo “cinematográfico”. Um livro de 2 horas de duração.


Indicado e recomendado para leitores assíduos que gostam de tramas elaboradas, viradas e, porquê não, romances impossíveis/imprevisíveis, mas também para quem está formando sua primeira biblioteca que, já nas primeiras páginas, tomará gosto pela leitura e, talvez, não largue mais.



Características Editoriais

Tipografia: a escolha da tipografia ajuda na leitura uma vez que, além de estar em um tamanho agradável, tem um entrelinhamento muito generoso. Não vai acontecer, por exemplo, de você ler duas vezes a mesma linha.


Tradução: a tradução é, aparentemente, tão fiel ao original que, enquanto lia em vários momentos consegui imaginar o personagem pronunciando as palavras em inglês, em vários momentos, no entanto, valia uma nota explicativa, já que não houve adaptação de algumas expressões.


Material: EU AMO PAPEL POLEM. A leitura é muito agradável porque o papel é amarelado de boa gramatura (grossinho) e gostoso de tocar. Virar as páginas não é uma tarefa impossível, até mesmo quando se lê no ônibus.


Revisão: a revisão me preocupou muito. Não que existam absurdos completos, mas encontrei inúmeros deslizes que para um leitor um pouco mais atento, fazem falta. Mas (sem o a) houve (sem h), mudança do nome do local. Detalhes que podem, e devem, ser evitados.



AVALIAÇÃO FINAL: RECOMENDO A LEITURA.

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