sábado, 1 de maio de 2010
A morte do pássaro
Havia um filhote de Sabiá que tomava água de um bebedouro pendente de um telhado. Bebia água, voava e voltava... era doce aquela água que saía das falsas flores cor-de-rosa desbotado. Sorvia e voava despreocupado, ignorando o gato à espreita, apenas observando o movimento.
O gato o pegou e foi presentear sua dona. Quem não quer um pássaro?
Desesperada, a dona foi acudir o pássaro ensanguentado que se debatia. Limpou a ferida, tentou estancar, separou um pouco de comida e água em uma caixa, pegou algodão e improvisou um pequeno ninho, mas o pássaro não saía de sua mão.
Se existe algo angustiante é a certeza do que ainda está para acontecer. E, naquele momento, ela sabia exatamente o que aconteceria. Não tendo mais o que fazer, confortou o pequeno pássaro na palma de sua mão, acariciando sua cabeça.
Naquele instante o pássaro estava entregue à carícia, aninhado, naquele instante não havia mais pássaro. E ela viu, pela primeira vez, em suas própria mãos, as mãos de Deus.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Nenhuma boa ação passa impunemente...
Da primeira fez que ouvi essa expressão sorri e ri e não entendi nada... Saí com aquela cara de auto-confiança fingida e segui meu caminho. Apenas hoje consegui compreender seu verdadeiro significado...
Mário Prata tem uma crônica na qual fala sobre compreender o movimento da terra e o quão a expressão "pôr-do-sol" está equivocada. Acho que hoje, eu descobri o levantar da terra.
Seis horas, Niterói, verão, ponto de ônibus em frente ao Plaza. Aguardava um ônibus para ainda mais longe e ouvia música, um pouco alte de mais para não ter de escutar as pessoas ao meu redor - ou para não ter de escutar a mim mesma... Entrei, sentei e dormi. O calor e o engarrafamento me acordaram e preferi só ficar cantando no meu *mute*.
Alguns minutos depois, paramos e subiu uma senhora idosa. Imediatamente me levantei para dar lugar à senhora.
- Acho que uma pequena pausa na história é necessária. Minha mãe sempre me educou para respeitar as pessoas e fazer gentilezas, mas ceder meu lugar na condução não é das coisas que eu faço por ser educada e sim por ser humana...
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