sábado, 1 de maio de 2010
A morte do pássaro
Havia um filhote de Sabiá que tomava água de um bebedouro pendente de um telhado. Bebia água, voava e voltava... era doce aquela água que saía das falsas flores cor-de-rosa desbotado. Sorvia e voava despreocupado, ignorando o gato à espreita, apenas observando o movimento.
O gato o pegou e foi presentear sua dona. Quem não quer um pássaro?
Desesperada, a dona foi acudir o pássaro ensanguentado que se debatia. Limpou a ferida, tentou estancar, separou um pouco de comida e água em uma caixa, pegou algodão e improvisou um pequeno ninho, mas o pássaro não saía de sua mão.
Se existe algo angustiante é a certeza do que ainda está para acontecer. E, naquele momento, ela sabia exatamente o que aconteceria. Não tendo mais o que fazer, confortou o pequeno pássaro na palma de sua mão, acariciando sua cabeça.
Naquele instante o pássaro estava entregue à carícia, aninhado, naquele instante não havia mais pássaro. E ela viu, pela primeira vez, em suas própria mãos, as mãos de Deus.
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